O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em uma rede social que o país vai impor uma tarifa de 10% a qualquer nação que se alinhar a “políticas antiamericanas do Brics”. Apesar do anúncio, o chefe de Estado americano não detalhou quais países seriam afetados nem especificou quais políticas seriam consideradas contrárias aos interesses dos EUA.
As declarações foram feitas na noite deste domingo (6), durante o primeiro dia da reunião de cúpula do bloco econômico, no Rio de Janeiro (RJ).Já em outra publicação, Trump anunciou que os acordos e cartas tarifárias com países começarão a ser entregues a partir das 12h desta segunda-feira (7), 13h no horário de Brasília.
Brics
Ainda no domingo, o Brics divulgou a “Declaração do Rio de Janeiro”, que, em parte do documento, defendeu o multilateralismo — sem citar nominalmente os Estados Unidos. O documento conta com 126 pontos, divididos em cinco tópicos:
- Fortalecimento do multilateralismo e reforma da governança global;
- Promoção da paz, da segurança e da estabilidade internacionais;
- Aprofundamento da cooperação internacional em economia, comércio e finanças;
- Combate às mudanças climáticas e promoção do desenvolvimento sustentável, justo e inclusivo;
- Parcerias para a promoção do desenvolvimento humano, social e cultural.
Em relação à cooperação financeira, o documento afirma que os países buscarão, entre outros objetivos, promover um sistema tributário internacional mais justo, inclusivo, estável e eficiente. “Reiteramos nosso compromisso com a transparência fiscal e com a promoção do diálogo global sobre tributação eficaz e justa, aumentando a progressividade e contribuindo para os esforços de redução da desigualdade. Temos como meta aprofundar a coordenação global entre as autoridades tributárias, melhorar a mobilização de receitas domésticas, assegurar uma alocação justa dos direitos de tributação e combater a evasão fiscal e os fluxos financeiros ilícitos relacionados a impostos.”
Segurança global
Sobre os conflitos internacionais, os países expressaram preocupação com “os conflitos em curso” e com o aumento dos gastos militares globais. “Manifestamos apreensão diante da tendência atual de aumento crítico dos gastos militares globais, em detrimento do financiamento adequado ao desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Defendemos uma abordagem multilateral que respeite as diversas perspectivas e posições nacionais sobre questões globais cruciais, incluindo o desenvolvimento sustentável, a erradicação da fome e da pobreza e o enfrentamento global das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que expressamos profunda preocupação com tentativas de vincular segurança à agenda climática.”