MS tem o primeiro caso confirmado da leishmaniose em 2020

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Segundo dados da Secretária Estadual de Saúde (SES), o Estado de Mato Grosso do Sul registrou 112 casos de leishmaniose em humanos em 2019 e em 2020 já foi notificado o primeiro caso do ano. Pouco conhecida nos grandes centros urbanos, ela também acomete humanos e é uma das que mais afeta os cães no Brasil, principalmente na primavera e verão. Por isso, os cuidados com a saúde humana são também essenciais para os animais.

A transmissão da leishmaniose visceral se dá a partir da picada do mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis – principal vetor) infectado pelo protozoário Leishmania chagasi. Nas regiões urbanas, o cachorro é o principal hospedeiro da doença, já que também pode ser picado pelo inseto.

Apesar disso, o cão não transmite a doença diretamente para os humanos, mas serve de reservatório da doença. Segundo Márcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico Pet da MSD Saúde Animal, um mosquito pode picar o animal infectado e em seguida as pessoas com quem ele convive, completando assim o ciclo de transmissão e infecção para os humanos. Por esse motivo, proteger o animal é proteger toda a família.

Segundo o especialista, medidas preventivas são essenciais para o controle da leishmaniose. “O ideal é que, estando ou não em uma área endêmica, o cão seja protegido com a coleira antiparasitária e esteja com a vacinação em dia. Além disso, é importante manter a limpeza do ambiente e do abrigo do animal para manter o mosquito afastado”, afirma Marcio Barboza.

O mosquito transmissor da doença tem preferência por locais ricos em matéria orgânica, plantas e árvores. Para aqueles que moram em ambientes mais arborizados, recomenda-se também o uso de telas finas ao redor do abrigo do cão, mantendo-o nesse local durante o entardecer e à noite, período em que os mosquitos costumam atacar mais.

A enfermidade pode causar problemas dermatológicos no cachorro, como pelagem falha e opaca e perda de pelos em focinhos, orelhas e região dos olhos; diminuição de peso repentina – mesmo sem a alteração de apetite -; anemia; apatia; vômitos e diarreia.

Marcio Barboza ressalta que o diagnóstico, muitas vezes, não deve ser baseado em um único exame e o médico-veterinário é o único profissional habilitado a fazê-lo, bem como indicar terapia e cuidados preventivos adequados. A visita periódica à clínica veterinária é essencial, já que muitos cães podem estar doentes e o tutor não perceber.

Após o diagnóstico a doença pode ser tratada com a administração de medicações que reduzem as chances de transmissão do parasita a outros animais e humanos. “Apesar de haver tratamento, é muito melhor prevenir do que remediar. Após a infecção, o tratamento da doença exige um alto investimento financeiro e não traz a cura – apenas melhora os sintomas e diminui a carga parasitária”, alerta o médico-veterinário.

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