Pesquisadores da UFGD promovem exames de saúde em sistema penal

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Nesta semana, um grupo de professores e estudantes da UFGD esteve em Campo Grande para realizar exames de saúde em reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ).

Os pesquisadores, das áreas de Ciências da Saúde e de Biológicas, fizeram entrevistas e coleta de sangue para identificar doenças como sífilis, hepatites virais e HIV, além de testes para tuberculose ativa e latente, com coleta de escarro e teste de tuberculina. Também realizaram o exame de Papanicolau, visando prevenir a incidência de câncer do colo de útero.

A ação faz parte do projeto de pesquisa “Incidência e fatores de risco para tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis na população carcerária do Estado do Mato Grosso do Sul”, desenvolvido pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A pesquisa vem sendo realizada em 12 presídios masculinos e femininos de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá e Ponta Porã, atingindo cerca de 60% da população carcerária de MS. Sob a coordenação-geral do professor Júlio Henrique Rosa Croda, envolve a participação de aproximadamente 60 pesquisadores, entre acadêmicos, mestrandos, professores e profissionais da saúde. Este é o segundo ano em que o projeto é desenvolvido nas unidades penais.

De acordo com o professor Fábio Negrão, um dos coordenadores, todos os casos identificados no ano passado foram encaminhados para tratamento, o que ocorrerá também com os que forem constatados agora. “Os resultados dos exames serão entregues em até 90 dias e os casos positivos serão encaminhados à secretaria de saúde, e será realizado o tratamento adequado a estas pacientes”, informa, destacando também que, além do diagnóstico precoce, outro fato importante do estudo é a identificação dos fatores de risco para aquisição destas doenças infecciosas.

Segundo o coordenador, o apoio da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) tem sido fundamental para o sucesso da iniciativa, “no sentido de garantir que os trabalhos sejam executados com tranquilidade e eficiência”. Segundo ele, diante dessa resposta positiva, a intenção é que tenha continuidade em 2015. “Faremos um novo projeto para conseguirmos recursos para isso”, revela.

Participando pelo segundo ano consecutivo da pesquisa, a interna do EPFIIZ, Leonida Rezende Gimenez, 39 anos, afirma que essa ação é muito importante, pois traz tranquilidade para a massa carcerária e um cuidado que, muitas vezes, as pessoas não procuram ter quando estão em liberdade. “É muito bom porque ajuda a evitar que outras pessoas peguem a doença, e a gente também recebe orientações importantes para evitar que a gente contraia”, comenta.

Os trabalhos no presídio feminino da Capital fecham o calendário deste ano de atividades de entrevista e coleta de exames nas unidades prisionais.

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