Saúde  emite nota sobre febre maculosa após infestação de carrapatos no Parque das Nações Indígenas

-

Devido à repercussão sobre a infestação de carrapatos em um dos maiores locais de lazer em Campo Grande, o Parque das Nações Indígenas, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Gerencia Técnica de Zoonoses, emitiu um comunicado informando à população sobre o agravo da doença transmitida pelo carrapato: a Febre Maculosa Brasileira.

Confira abaixo, na íntegra, o documento.

                                                                          Nota Informativa

A Febre Maculosa Brasileira é causada por uma bactéria da espécie Rickettsia rickettsii e que é transmitida pela picada do carrapato do gêneroAmblyoma infectado.

Os Equídeos, roedores como a capivara, e Marsupiais, como gambá, tem importante participação no ciclo de transmissão de febre maculosa e há estudos recentes sobre o envolvimento destes animais como amplificadores de riquétsias (parasitas), assim como transportadores de carrapatos potencialmente infectados.

A doença tem um período de encubação que varia de 2 a 14 dias.

Sintomas:

·         Febre acima de 39° C e calafrios, de inicio súbito;

·         Dor de cabeça intensa;

·         Náuseas e vômitos;

·         Diarreia e dor abdominal;

·         Dor muscular constante;

·         Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e solas dos pés;

·         Gangrena nos dedos e orelhas;

·         Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória;

·         Além disso, com a evolução da febre maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas no pulso e tornozelo, que não coçam, mas que pode aumentar em direção as palmas das mãos, braços ou sola dos pés.

O diagnostico precoce é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias da doença, quando as manifestações clinicas também podem sugerir Leptospirose, Dengue, Hepatite Viral, Salmonelose, Meningoencefalite, Malária e Pneumonia por Mycoplasma pneumoniae.

Os principais fatores de riscos que aumentam as chances de se infectar por febre maculosa são:

·         Viver em área onde a doença é comum, como locais rurais ou arborizados;

·         Conviver com cachorros, cavalos ou outros animais domésticos;

·         Se o carrapato infectado se prender a sua pele, é possível contrair a febre maculosa ao removê-lo, pois o fluido do carrapato pode entrar no seu corpo por meio de uma abertura, como o local da picada.

Como prevenir a febre maculosa?

·         Use roupas claras, para ajudar a identificar a presença do carrapato, uma vez que ele é escuro;

·         Use calças, botas, blusas com mangas longas ao caminhar ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;

·         Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;

·         Quando estiver em locais de risco é preciso verificar se há presença de carrapatos no corpo. Após 3 horas de exposição, o inseto já terá transmitido a bactéria para a pessoa;

·         Ao identificar a presença do carrapato em seu corpo, remova-o com uma pinça, pegue com cuidado, não aperte ou esmague, puxe com muito cuidado e firmeza. Depois de removê-lo, lave o local da picada com álcool, água e sabão.

Quanto mais rápido o carrapato for retirado do seu corpo, menor será o risco de contrair a doença.

A febre maculosa tem sido registrada em áreas rurais e urbanos do Brasil. A maior concentração de caso é verificada nas regiões sul e sudeste, onde de maneira geral ocorre de forma esporádica. Em Mato Grosso do Sul só ocorreu um caso no ano de 2018, de um paciente residente no município de Campo Grande, mas que teve o local provável de infecção no município de Sidrolandia, e em 2019 não existe casos registrados até o momento.

A doença acomete a população economicamente ativa (20 – 49 anos), principalmente homens, que relatam exposição a carrapatos, animais domésticos e/ou silvestres ou frequentam ambientes de mata, rio e cachoeira.

Cabe destacar que 10% dos registros da doença no Brasil são em crianças menores de 9 anos de idade.

A vigilância da febre maculosa compreende a vigilância epidemiológica e ambiental, tem como objetivos:

·         Detectar e tratar precocemente os casos suspeitos, visando reduzir a letalidade;

·         Identificar e controlar surtos, mediante adoção de medidas de controle;

·         Conhecer a distribuição da doença, segundo lugar, tem e pessoa;

·         Identificar e investigar as locais prováveis de infecção;

·         Recomendar a adoção de medidas de controle e prevenção.

plugins premium WordPress