A dor da perda de companheiros de farda no último ano, tem causado feridas profundas na alma de cada Policial Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, feridas estas que quando parecem estar cicatrizando, são abruptamente abertas com novas notícias de morte.
Esta carta é escrita pela direção da AME (Associação dos Militares Estaduais) em Dourados e está sendo endereçada através da mídia, que compõe um poder de informação ao cidadão e de cobrança aos governantes, a todos aqueles que se importam com vidas, independente da cor, do sexo, do partido, credo ou religião; essa carta está endereçada a pessoas que tem compromisso com a vida e com a verdade.
Problemas sempre tivemos e na maioria do tempo temos resolvido da melhor forma possível, pois se não fossemos a ultima barreira da legalidade e da moral do Estado, este já teria sucumbido a anarquia.
Amargamos perdas inestimáveis de profissionais valiosos ao nosso meio. Vários são os motivos que tem levado nossos colegas a morte neste último ano: covid-19, acidentes de trânsito; suicídios; homicídios; doenças graves e outros.
Nossa rotina gera estresse e preocupação, mas nada é mais dolorido aos ombros da tropa do que a perda de um ente da corporação e a desvalorização de um trabalho feito com amor e ardor por quem na verdade deveria, por oficio, valorizar o serviço elementar de proteção a sociedade.
Norteiam páginas de jornais eletrônico de nosso estado atos pseudo-benevolentes do governo para com todo o funcionalismo estadual com relação a salários. Fake News puro, pois a carreira policial militar amarga 44% de perdas inflacionárias em seus salários.
Nosso luto continuo começa com a falta de reconhecimento do governo a nossa função, além das perdas salariais, tem continuidade com as perdas de nossos entes pelos diversos motivo já citados e ainda, e segue pelo próprio estresse gerado pela atividade policial.
Nosso luto tem solução! Mas nosso luto não comove quem tem poder decisório em nosso estado.
Continuemos com nosso luto e nossa luta pela valorização do serviço policial e seu devido reconhecimento, no dia em que perdemos nosso amigo e irmão Clodoaldo Melquiades Ferreira Lobo, subtenente da Policia Militar, incluso nas fileiras em 01/11/1993, que sucumbiu devido a complicações inerentes ao COVID-19.
Façamos do nome do Subtenente Lobo e dos demais policiais que tombaram no ultimo ano, o motivo de nossa luta. Precisamos estar juntos e unidos em um proposito de melhora em nossa qualidade de trabalho e de nossos 35 anos de carreira na corporação.
