Para o Ministério Público Federal (MPF), o objetivo da coleta de provas pode ter sido frustrado com a demora no cumprimento dos mandados, já que houve tempo suficiente para a ocultação de evidências importantes para a investigação.
Polícia Federal (PF) informou, em três de setembro de 2020, o cumprimento de diversos mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Dourados em 19 de dezembro de 2019.
Os mandados visavam a coleta de provas relativas ao conflito fundiário entre indígenas e sitiantes, iniciado em julho de 2018 no entorno da Reserva Indígena de Dourados. Os pedidos do Ministério Público Federal foram ajuizados em 22 de novembro de 2019.
A atuação judicial do MPF no caso iniciou em 25 de julho de 2019, com pedido de prisão preventiva de diversos envolvidos nos conflitos. O pedido foi indeferido em 26 de julho, sendo reformulado pelo MPF e ajuizado novamente em 22 de novembro, limitando-se à busca e apreensão em residências e locais de trabalho das pessoas envolvidas.
Em 19 de dezembro de 2019, a Justiça Federal deferiu o pedido para apreender armas e munições que estivessem sendo utilizadas nos conflitos. A Polícia Federal recebeu o mandado em 08 de janeiro de 2020.
Em 15 de abril de 2020, a PF pediu suspensão temporária do cumprimento dos mandados, por causa da pandemia do Covid-19 e, em seis de maio, o juízo determinou a suspensão da execução dos mandados por 30 dias. Após isso, os mandados deveriam ser expedidos e teriam validade de 15 dias para cumprimento.
Porém, em quatro de junho, a PF pediu nova suspensão do cumprimento das buscas por 90 dias. Em 30 de julho, o juízo federal determinou a imediata expedição dos mandados de busca e apreensão, que contariam com prazo de validade de 45 dias. Finalmente, em três de setembro, a PF informou o cumprimento dos mandados.
Todos os processos relativos ao conflito na área Nhu Verá tramitam sob sigilo de Justiça.